Fibroadenoma é o tumor benigno mais frequente, com incidência maior em mulheres jovens entre 20 e 50 anos, com tendência a aumentar de volume durante a gravidez e regredir com a menopausa. Geralmente são lesões únicas, mas 10 a 15% dos casos apresentam lesões múltiplas e podem ser bilaterais em 10%. Atualmente é considerado como uma forma localizada de hiperplasia nodular do tecido do estroma e do componente glandular, portanto parece mais uma variante da doença fibrocística que uma neoplasia benigna.

Cerca de 25% das mulheres é portadora desse tumor, de forma sintomática ou não, correspondendo a 90% das neoplasias encontradas no exame mamário.

Trata-se de um nódulo de consistência variável entre parenquimatosa e durofibrosa, dotado de acentuada mobilidade, sobretudo quando se localiza superficialmente. Geralmente não é espontaneamente doloroso, nem à palpação, possibilitando avaliar seus contornos nítidos, e superfície lisa, regular, e por vezes, polilobulada. A maior parte dos fibroadenomas não ultrapassa 2 a 3 cm e tende a permanecer estacionária com o passar do tempo.

Os fibroadenomas apresentam receptores de estrogênio e progesterona, portanto, respondem às variações hormonais, crescendo durante a gravidez e lactação e involuindo na menopausa.

Pelas suas características típicas o diagnóstico é basicamente clínico. E o diagnóstico diferencial deve ser feito com cisto denso, tumor filóides, papiloma, e certos tipos de câncer, como medular, coloide, papilífero e intracístico.

Do ponto de vista do diagnóstico complementar, o fibroadenoma aparece na mamografia e na ecografia como uma lesão nodular com o maior eixo paralelo à pele. Em pacientes mais jovens, a ultrassonografia é um método muito utilizado.

Ainda não existem tratamentos medicamentosos que possam levar ao desaparecimento dos fibroadenomas. Algumas medicações como análogos de GnRH e medicações antiestrogênicas mostraram reduzir o tamanho dos fibroadenomas em até 50%.

O tratamento cirúrgico com a retirada do nódulo é o tratamento de escolha para pacientes acima de 25 anos. Alguns autores têm preconizado observar clinicamente os fibroadenomas até 35 anos, desde que sejam tumores pequenos, com confirmação clínica, ultrassonográfica, citológica e/ou histológica de benignidade. O procedimento cirúrgico na grande maioria das vezes se faz de forma ambulatorial e com anestesia local, nos casos de tumores pequenos. Nos casos de tumores mais volumosos e profundos, se prefere anestesia geral, respeitando sempre que possível as linhas de força da pele da mama, proporcionando resultados estéticos mais satisfatórios.

Fonte: Manual de Diagnóstico e Terapêutica em Mastologia. Boff RA, Wisintainer F, Amorim G, Ruaro S, Santos GR, Miele L, Ribas FE, Schuh F, Machado LS. Editora Mesa Redonda, Caxias do Sul, 2007, pag 165-168.