Quando a queixa clínica é de um nódulo palpável, de acordo com a idade da paciente e os sintomas associados, o mastologista pode traçar algumas hipóteses diagnósticas que serão reforçadas com o exame físico e confirmadas com os exames diagnósticos.

Entre os vários aspectos relacionados com o risco do desenvolvimento do câncer de mama, o fator familiar é, talvez, o mais aceito na comunidade científica. Sabemos que se a mãe ou uma irmã apresentaram câncer de mama, o risco dessa paciente dobra. Embora, cerca de 85% dos casos de câncer de mama, não tem história familiar positiva. As características reprodutivas, associadas ao maior risco de câncer de mama, incluem menarca precoce, menopausa tardia, idade da primeira gravidez completa após os 20 anos, nuliparidade (não ter filhos).

A primeira hipótese diagnóstica a ser descartada é a doença neoplásica. O diagnóstico se torna mais claro com o auxílio de exames de imagem, como mamografia e ecografia mamária, e com a citologia (punção com agulha fina) ou com a histologia (core-biopsy ou biópsia cirúrgica).

A doença cística é muito frequente na mulher na faixa etária entre 40 e 50 anos. Os cistos normalmente são nódulos discretos, algumas vezes, dolorosos, mas podem ser até visíveis. O diagnóstico será confirmado com uma punção com agulha fina. Geralmente precedem a irregularidade menstrual associada à menopausa. Cerca de 1 a 3% das pacientes com cistos apresentam associação com câncer de mama. Podem ser confundidos com papilomas intracísticos, que também acometem mulheres nessa faixa etária. Os cistos tendem a desaparecem com a menopausa. Com o uso da terapia de reposição hormonal se observa também uma incidência maior em mulheres acima de 50 anos, o que antes era incomum.

Pacientes entre 40 e 50 anos, mesmo que assintomáticas, devem realizar mamografias a cada 1-2 anos, sendo a frequência baseada na análise dos fatores de risco individuais.

Fonte: O que as mulheres querem saber sobre câncer de mama. As 100 perguntas mais frequentes. Boff RA e Wisintainer F. Editora Mesa Redonda Ltda, Caxias do Sul, RS, 2005, p 109-110.