Existem alguns dúvidas sobre a mamografia.
As pacientes perguntam: Com que idade devo iniciar o rastreamento mamográfico de rotina? E quando posso interrompê-lo? Com que frequência devo fazer mamografia? A mamografia digital é melhor? Posso substituir a mamografia pela ecografia ou pela ressonância magnética? Posso fazer mamografia se tenho prótese? Ou se fiz redução mamária?
A Sociedade Brasileira de Mastologia e as principais sociedades médicas norte-americanas recomendam o rastreamento mamográfico anual a partir dos 40 anos. Por outro lado, o INCA e a Organização Mundial de Saúde recomendam iniciar após os 50 anos. Na prática clínica, seguimos as recomendações da Sociedade Brasileira de Mastologia. Ainda não existe consenso sobre a idade de interromper o rastreamento mamográfico, o que parece coerente é oferecê-lo enquanto a saúde global da paciente permitir que ela possa ser tratada caso seja diagnosticado um câncer de mama.
Os estudos populacionais que mostraram que o rastreamento mamográfico reduz a mortalidade pelo câncer de mama foram realizados com a mamografia convencional. A mamografia digital pode detectar lesões pequenas, que ainda não são visíveis na mamografia convencional, além de ter papel relevante no estudo de mamas densas, mas sua grande desvantagem é o maior custo. Como rastreamento na população geral é adequado a realização da mamografia convencional, ficando a mamografia digital reservada para casos individualizados ou se disponível.
A mamografia não detecta todos os casos de câncer de mama e a complementação diagnóstica com ecográfica e até mesmo com ressonância magnética pode ser necessária, principalmente em pacientes jovens com mamas densas. Porém são exames que não substituem a mamografia, mas sim complementam.
Pacientes que tem próteses de silicone ou que fizeram redução mamária também devem fazer rastreamento com mamografia, seguindo os mesmos critérios da população geral. Não ocorre nenhum dano na prótese, bem como no resultado estético de ambas as cirurgias.
Mulheres consideradas de alto risco, definido por avaliação clínica, podem se beneficiar em iniciar seu rastreamento mamográfico anual, associado à ecografia mamária ou ressonância magnética, aos 30 anos.
A detecção precoce possibilita um maior número de alternativas terapêuticas, aumenta as chances de cirurgias conservadoras e reduz a necessidade de tratamentos sistêmicos agressivos. Portanto, faça suas revisões de rotina, e estimule sua mãe, sua filha, suas amigas a fazerem o mesmo!
Dra. Gabriela Santos
CREMERS 24627
Médica Mastologista
Publicado no Caderno Viver com Saúde – Jornal NH – fevereiro/2014