Alerta e prevenção
A mastologista Gabriela Santos, doutora em Ciências Médicas, máster e especialista em Mastologia pelo Instituto Europeu de Oncologia (IEO) e pela Universidade de Milão, na Itália, alerta para a prevenção durante o Outubro Rosa – mês da campanha mundial de combate ao câncer de mama por meio da iluminação cor rosa em prédios públicos e privados.
“A incidência do câncer de mama aumenta com a idade, predominantemente, em mulheres acima de 50 anos”, afirma.
O câncer ocorre em cerca de 75% das mulheres com mais de 50 anos, 6,5% com idade inferior a 40 anos e 2,5% com me- nos de 35 anos. E nos homens, atinge 0,17% do sexo. De acordo com a especialista, quanto antes for diagnosticado, mais altas são as taxas de cura. “Além disso, o apoio familiar é essencial.”
Fatores de risco
O controle do peso, a atenção à dieta saudável, o estímulo à atividade física, a restrição ao álcool e ao fumo são importantes para uma boa qualidade de vida.
“Quem vive bem, adoece menos.
E sabe-se que
a obesidade é considerada um fator de risco para câncer de mama na pós-menopausa.”
“Quem vive bem, adoece me- nos. E sabe-se que a obesidade é considerada um fator de risco para câncer de mama na pós- menopausa”, destaca. A doutora recomenda a aquisição de hábitos de vida saudáveis e a prática de exercícios físicos.
Exames e cirurgias
O câncer de mama é uma doença multifatorial, provoca- da por mutações nas células mamárias podendo ser adquirida no decorrer da vida ou por transmissão genética. “Ele pode ser diagnosticado com exames de imagem e/ou exame físico, e com a realização de biópsia.”
Atualmente, as cirurgias estão cada vez mais conservadoras, possibilitando resultados estéticos mais satisfatórios, o que infere um impacto bastante positivo na qualidade de vida.
Mitos e verdades
Um traumatismo (uma batida) não pode causar câncer de mama, mas causar preocupação e levar à busca de atendimento médico, identificando alguma lesão pré-existente.
O uso de desodorante em bastão ou creme não causa câncer de mama, mas pode causar processo inflamatório.
O uso de sutiã não leva ao aparecimento de câncer de mama. Sutiãs com bojo podem deixar as mamas mais sensíveis, mais doloridas.
Embora seja possível que a ingestão de gordura dietética durante a infância ou no início da vida adulta possa afetar o risco de câncer de mama, não existe evidência suficiente para esta afirmativa. A substituição de gorduras saturadas por gorduras monoinsaturadas, como óleo de oliva, por exemplo, pode ajudar a reduzir o câncer de mama.
Fonte: Entrevista da Dra. Gabriela Santos para Revista Expansão – outubro 2014