No contexto mundial, o câncer de mama é o segundo câncer mais comum e é o primeiro entre as mulheres (cerca de um milhão de casos novos). Quando acomete homens, sua incidência é muito baixa. Mais da metade dos casos novos ocorrem em países desenvolvidos. A Holanda é o país com a maior incidência, com uma taxa de incidência ajustada por idade de 90,2/100.000. Nos Estados Unidos, a taxa é de 86,9/100.000. Taxas elevadas também são encontradas na Europa, Austrália, Nova Zelândia e no sul da América do Sul, especialmente no Uruguai e na Argentina. As populações da África e da Ásia possuem, em sua maioria, baixos valores de incidência.
As taxas de incidência por câncer de mama aumentam com a idade, alcançando seu pico na faixa etária de 65 a 70 anos.
A incidência por câncer de mama feminina vem experimentando um crescimento contínuo na última década, o que pode ser resultado de mudanças demográficas e acessibilidade aos serviços de saúde. Seu prognóstico é relativamente bom se diagnosticado nos estádios iniciais.
Fatores de risco em mulheres incluem história familiar de câncer de mama, diagnóstico confirmado de hiperplasia atípica, densidade da mama aumentada, história de menarca precoce ou menopausa tardia, obesidade após a menopausa, uso de contraceptivos orais ou reposição de hormônios orais (estrogênio e progesterona) pós-menopausa, nuliparidade (não ter tido filhos) ou primeira gravidez após 30 anos de idade e consumo de bebidas alcoólicas.
O número de casos novos de câncer de mama estimados para o Brasil em 2010 foi de 49.240, com um risco estimado de 51 casos a cada 100 mil mulheres Na região Sudeste, o câncer de mama é o mais incidente entre as mulheres com um risco estimado de 68 casos novos por 100 mil. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, este tipo de câncer também é o mais freqüente nas mulheres das regiões Sul (67/ 100.000), Centro-Oeste (38/ 100.000) e Nordeste (28/ 100.000). Na região Norte é o segundo tumor mais incidente (16/ 100.000).
A prevenção primária dessa neoplasia ainda não é totalmente possível devido à variação dos fatores de risco e as características genéticas que estão envolvidas na sua etiologia. Novas estratégias de rastreamento factíveis para países com dificuldades orçamentárias têm sido estudadas, uma vez que até o momento é recomendado a mamografia para mulheres com idade entre 50 e 69 anos como método efetivo para detecção precoce.
No Brasil o Ministério da Saúde recomenda como principais estratégias de rastreamento populacional um exame mamográfico, pelo menos a cada dois anos, para mulheres de 50 a 69 anos e o exame clínico anual das mamas, para mulheres de 40 a 49 anos. O exame clínico da mama deve ser realizado em todas as mulheres que procuram o serviço de saúde, independente da faixa etária, como parte do atendimento à saúde da mulher. Para mulheres de grupos populacionais considerados de risco elevado para câncer de mama (com história familiar de câncer de mama em parentes de primeiro grau) recomenda-se o exame clinico da mama e a mamografia, anualmente, a partir de 35 anos.
Apesar de ser considerado um câncer de relativamente bom prognóstico, se diagnosticado e tratado oportunamente, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas no Brasil, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estádios avançados.
Fonte: Estimativa 2008-2010/INCA