Que a atriz americana optou por uma cirurgia para retirar os seios em função do risco de um câncer de mama todos já sabem, esse assunto tomou conta não só da mídia, como também gerou várias dúvidas na maioria das pessoas.
O bacana é que o caso de Angelina abriu as portas de uma discussão a tempo necessária: uma recomendação universal de mamografia a partir dos 40 ou 50 anos de idade não basta. É preciso que estarmos conscientes de que pode existir uma predisposição hereditária ao câncer em famílias com incidência de casos de câncer em idade jovem, ou nas que tenham a ocorrência de vários casos de câncer.
Segundos exames médicos, Angelina tinha 87% de risco de desenvolver o câncer de mama por causa de uma mutação genética. Foi então, a grande probabilidade de desenvolvimento da doença e o histórico familiar, que a fizeram submeter-se a uma mastectomia bilateral profilática (neste procedimento, toda a glândula mamária é retirada, porém, a pele e o mamilo são poupados).
A situação da atriz chama instiga mulheres saudáveis, que tenham em seu histórico familiar casos de câncer de mama e de ovário, para levar esse assunto a seus médicos e então discutirem a possibilidade de serem portadoras de predisposição hereditária.
Mas atenção: Fazer um teste genético sem ter antes as orientações de um profissional pode trazer mais problemas, do que soluções. Só após a avaliação e orientação oncogenética é que se deve então realizar o teste da pesquisa de mutação. E depois do feito, é possível visualizar diversas opções de prevenção e tratamentos, não só para a paciente como também para parentes próximos, que podem ser portadores da mesma mutação.
Angelina Jolie tinha a mutação de BRCA1, ciente disso ela e seus médicos optaram pela mastectomia bilateral profilática. Sim, haveria outras opções, como: com medicação hormonal, rastreamento com ressonância de mama e mamografia anuais (que detectariam precocemente um câncer, permitindo a cura), ou até cirurgia. Mas ao escolher a mastectomia profilática bilateral, o risco dela em desenvolver um câncer de mama diminuiu em mais de 90%.
Na dúvida, pessoas com histórico familiar importante devem sim procurar o oncogeneticista, apenas como ponto de partida para uma avaliação mais ampla que permita prevenir casos e desenvolvimentos da doença.
fonte: hospitalisraelitaalberteinsten