REPORTAGEM DA REVISTA R – COM DRA. BIANCA SEITENFUS
O crescente acesso às informações sobre o câncer de mama um dos tumores malignos mais comuns entre as mulheres trouxe conhecimento e também preocupações. O achado de um nódulo palpável na mama ao realizar exame físico ou durante rastreio mamográfico gera sempre um forte impacto emocional para a mulher, que se projeta automaticamente na sensação de medo do câncer.
É importante como especialista, ressaltar que em torno de 80% dos tumores mamários palpáveis são alterações benignas e que não aumentam significativamente o risco para câncer de mama. Existem vários tipos de lesões benignas das mamas dentre as mais comuns estão os fibroadenomas e os cistos.
O fibroadenoma é a lesão benigna mais comum entre as mulheres com idade inferior a 35 anos. Ele apresenta-se como um nódulo sólido e geralmente é assintomático. É ocasionado por uma proliferação do tecido ductal e do estroma conjuntivo relacionado aos níveis do hormônio estrogênio que explica seu crescimento durante a gestação e a pouca frequência após a menopausa. Ele pode ser diagnosticado com segurança pelo exame clínico, ultrassonografia e punção aspirativa. Após a confirmação do diagnóstico o fibroadenoma pode ser acompanhado através de exames de imagem a cada 6 meses. Em casos de nódulos com tamanho superior a 2cm, crescimento durante acompanhamento ou na presença de desconforto é indicado a retirada cirúrgica da lesão , procedimento chamado de nodulectomia.
Os cistos são decorrentes do processo involutivo das mamas e por isso são mais frequentes na faixa etária dos 35 aos 50 anos. Eles se desenvolvem através da dilatação dos ácinos que são pequenas estruturas da mama responsáveis pela produção de leite. São decorrentes do envelhecimento normal das mamas, sem motivos para preocupações. Algumas mulheres podem apresentar desconforto ou até mesmo dor devido ao volume desses cistos, nesse caso pode-se indicar medidas para o alívio desses sintomas.
Toda mulher precisa procurar um profissional de confiança e confiar a ele suas dúvidas e ansiedades.
O médico Mastologista, especialista em mamas, poderá distinguir as alterações benignas das potencialmente malignas, indicando conduta conservadora ou intervencionista, mediante critérios clínicos e exames complementares capazes de esclarecer e tranquilizar a paciente, familiares e equipe médica.
Dra. Bianca Seitenfus – CREMERS 30810
Revista R – Dezembro 2014