Nenhum peito é igual ao outro e isso às vezes pode causar mal-estar, especialmente em mulheres, embora homens também se sintam desconfortáveis com o tamanho. Ter as mamas levemente assimétricas está dentro de uma normalidade aceita. Basta dividir o corpo ao meio para perceber um lado sutilmente diferente do outro. “Nosso olho tem um caimento diferente um do outro, nosso contorno do nariz, nossas mamas. E isso nos torna seres únicos e completamente exclusivos”, frisa a mastologista, Gabriela dos Santos.
Algumas assimetrias mamárias podem e devem ser corrigidas. Essa decisão, explica, causa bem-estar, melhora na qualidade de vida e aumento da auto-estima. No entanto, complementa, é preciso separar o que é necessário e benéfico daquilo do que é uma busca incessante de uma perfeição.
Na avaliação da assimetria mamária é necessário levar em consideração a estrutura da parede torácica, a musculatura e as mamas propriamente ditas. Em relação à parede torácica, Gabriela cita as assimetrias posturais e as por deformidades ou malformações e lembra que casos de aparente assimetria mamária podem ser provenientes de deformidades da coluna vertebral. A escoliose é um exemplo, podendo gerar uma assimetria aparente em uma paciente com mamas iguais, pois um lado estará mais projetado anteriormente que o outro. Isso pode causar a impressão de uma mama maior que a outra, quando na realidade uma apenas está mais anterior que a outra.
A mastologista Gabriela dos Santos acredita que as mulheres são as que mais realizam cirurgia para corrigir a assimetria mamária. Já os homens procuram por queixa de aumento de volume de uma das mamas normalmente. Na maioria dos casos, a ginecomastia é idiopática. E a associação com causas externas e patológicas deve ser sempre descartada. Algumas doenças, como Doença de Parkinson, cirrose, insuficiência renal crônica, hipertiroidismo, entre outras, podem estar relacionadas à ginecomastia. Assim como alguns medicamentos e algumas drogas (maconha, heroína e álcool). Portanto, é importante avaliar patologias prévias, uso de medicações e drogas. “Em alguns casos, recomendamos avaliação com exames de imagem e dosagens hormonais. Quando o processo não se resolve espontaneamente, recomendamos correção cirúrgica”.
CLASSIFICAÇÕES IMPORTANTES
As malformações da parede torácica podem ser classificadas em deformidades causadas por crescimento anormal das estruturas esqueléticas (pectus excavatum e carinatum), fusão incompleta das lâminas esternais (fenda esterna), síndrome de Poland e lesões mistas ou complexas da coluna cervical e arcos costais. O pectus excavatum é deformidade torácica anterior mais comum, é a depressão do esterno e das cartilagens costais inferiores. Já o pectos carinatum, conhecido como peito de pombo, é a proeminência do esterno. Ambas as deforminades podem corrigdas com tratamento cirúrgico. A sindrome de Poland, é a ausência da porção esternocostal do músculo grande peitoral, com acentuada assimetria ou ausência mamária do lado afetado.
Podemos citar outras assimetrias: assimetria dos sulcos mamários, assimetria dos complexos aréolo-mamilares, ptose assimétrica (ou seja, uma mama tem um caimento mais acentuado que à outra), assimetria pós-traumática, principalmente por queimaduras, assimetrias pós-cirúrgicas, seja após cirurgias para tratamento de doenças da mama, ou até mesmo após cirurgias estéticas, e não podíamos deixar de falar nas assimetrias causadas por tumores.