Ter uma vida plena com saúde é o objetivo de todas as pessoas em todas as idades. As doenças em geral acontecem em qualquer momento da vida, dentre elas, o câncer de mama. É claro que existem doenças que são mais frequentes em determinadas idades. Sabemos, estatisticamente, que o câncer de mama é menos frequente antes dos 35 anos, e acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e progressivamente.
A grande questão é quando iniciar os exames de rotina para prevenção ou detecção precoce das doenças da mama. Além disso, as mulheres querem saber se existem e quais outras medidas podem ser tomadas para diminuir o risco.
Dentre os assuntos mais questionados estão os hábitos de vida e os fatores ambientais, relativos à prevenção. A primeira recomendação é o autoexame das mamas, que deve iniciar o mais cedo possível, entre 20 e 25 anos de idade. Mas deve ficar claro que, o autoexame como medida isolada não é recomendado.
O exame das mamas pela própria mulher, deve fazer parte de um conjunto de ações de educação para a saúde, além disso, visa o conhecimento do próprio corpo. Ele deve ser realizado mensalmente, na semana seguinte a menstruação, e as mulheres que não menstruam mais, devem escolher um dia do mês, e sempre fazer no mesmo dia. O autoexame não deve substituir o exame periódico realizado por um profissional capacitado.
A Sociedade Brasileira de Mastologia e as principais sociedades médicas norte-americanas recomendam o rastreamento mamográfico anual a partir dos 40 anos. Por outro lado, o INCA e a Organização Mundial de Saúde recomendam iniciar após os 50 anos. Na prática clínica, seguimos as recomendações da Sociedade Brasileira de Mastologia. Ainda não existe consenso sobre a idade de interromper o rastreamento mamográfico e o que nos parece coerente é oferecê-lo enquanto a saúde global da paciente permitir que ela possa ser tratada caso seja diagnosticado um câncer de mama. Para mulheres de grupos populacionais considerados de risco elevado para câncer de mama, como aquelas com história familiar deste em parentes de primeiro grau, recomenda-se o exame clínico da mama e a mamografia, anualmente, a partir de 35 anos. Existe um consenso de que as mulheres que tiveram mãe ou uma irmã com câncer de mama antes da menopausa têm indicação de fazer a primeira mamografia dez anos antes da idade do diagnóstico no familiar afetado.
A ecografia é usada para complementação da mamografia, em casos indicados, ou para investigar anormalidades clinicamente detectadas em mulheres com menos de 30 anos. A ecografia não deve ser usada como único método de imagem para detecção do câncer de mama.
Infelizmente, não existe uma “pílula mágica” que previna o câncer de mama, o que podemos lembrar são algumas medidas dietéticas e comportamentais, como uma alimentação balanceada, evitando alimentos gordurosos, evitando ingestão de álcool em excesso, evitando obesidade, restringindo o consumo de carne vermelha, preferindo aves e peixes, além da prática de exercícios físicos e não fumar.
Sem dúvida alguma, queremos chamar a atenção e alertar para as medidas de detecção precoce, visto que, atualmente, podemos chegar a taxa de até 95% de cura se os tumores forem diagnosticados em estágio inicial.
Dra. Gabriela Santos
Médica Mastologista
CREMERS 24.627
Clínica de Mastologia
Fonte: Revista R – página de artigo.