A dor mamária também é chamada mastalgia. É um sintoma comum, que afeta cerca de 70% das mulheres em algum período da sua vida. É uma das queixas mais comuns nos serviços médicos especializados em mastologia, podendo ser, muitas vezes, severa o suficiente para interferir em suas atividades diárias.
Na avaliação da dor mamária é importante uma completa história do sintoma, exame físico e, ocasionalmente, exames complementares como a mamografia e a ultrassonografia se fazem necessários.
A dor mamária não costuma associar-se ao câncer de mama.
O tipo mais comum de dor mamária está relacionado ao ciclo menstrual, e parece ser decorrente de uma resposta anormal do tecido mamário aos estímulos hormonais.
A dor mamária pode ser constante ou intermitente, e não estar associada ao ciclo menstrual, podendo ocorrer também após a menopausa.
A dor pode ser extra-mamária, simulando dor mamária, mas na verdade, se origina em outros locais, como na parede torácica, coração, etc.
Para a maioria das pacientes, a mastalgia cessa após a cuidadosa avaliação, aconselhamento e exclusão da possibilidade de um câncer de mama. Para as demais pacientes, mudanças no estilo de vida, como o uso de sutiã adequado, a redução de peso, a realização de atividade física regularmente, a suspensão de medicamentos hormonais como anticoncepcionais ou terapia hormonal e a redução da ingestão e cafeína e alimentos muito gordurosos são, geralmente, suficientes para proporcionar o alívio dos sintomas.
Em apenas 15% das pacientes a dor é persistente e severa a ponto de afetar a qualidade de vida. Nesses casos, existe uma variedade de agentes farmacológicos passíveis de uso. A primeira escolha para o tratamento medicamentoso da dor mamária é o ácido gama-linoleico, também conhecido como óleo de prímola. Os demais medicamentos (tamoxifeno, danazol, bromocriptina, lisuride, gestrinona) são considerados abordagens de segunda linha e devem ter seu risco/benefício cuidadosamente avaliados antes de sua indicação, pois os efeitos adversos são bastante comuns. Nos casos de dor mamária não relacionada ao ciclo menstrual, na grande maioria das vezes, utilizam-se analgésicos e anti-inflamatórios comuns.

 
Fonte: Caderno Viver com Saúde – Jornal NH – 18/01/10