O câncer de mama tem aparecido com maior frequência em mulheres jovens, muitas vezes, que nem tiveram filhos ainda. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) revelam que o diagnóstico em pacientes jovens subiu de 3% para 17% do total de casos nos últimos anos. Outros estudos estimam que cerca de 2% das mulheres com câncer de mama tenham entre 20 e 34 anos e que 11% tenham entre 35 e 44 anos.

Portanto existem dois pontos a serem abordados: a preservação da fertilidade dessas mulheres tão jovens que tiveram câncer de mama e o planejamento familiar.

Importante salientar a preservação da fertilidade dessas pacientes tão jovens, que muitas vezes não apresentam a prole constituída. Dentre os métodos de preservação estão a congelação do tecido ovariano e recentes estudos vêm demonstrando que à associação de um análogo de GnRH à quimioterapia diminui a taxa de falência ovariana quimio induzida. Esse é um ponto de extrema importância e sempre deve ser discutido com a paciente e opções de preservação da fertilidade, mesmo que nem sempre com sucesso, devem ser oferecidas.

Existe muita controvérsia quanto ao tempo necessário para que a paciente, que teve câncer de mama possa engravidar. Alguns autores recomendam três anos ou até cinco anos, apenas baseando-se no período com maior possibilidade de recidiva. Infelizmente não existe nenhuma recomendação baseada em evidências científicas comprovadas, mas recomendamos pelo menos dois anos após o término do tratamento, pois este é o período de maior chance de recidiva.

Importante que durante o período recomendado a mulher use um seguro método anticoncepcional, que não deve ser hormonal, sendo os mais indicados o dispositivo intrauterino, métodos de barreira ou associação dos métodos não hormonais.

Fonte: Texto publicado no Jornal NH – Caderno Viver com Saúde – 2010